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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A resistência e os quilombos


RESUMO DA AULA DA TURA DA 7ª SÉRIE 15.02

A luta contra a escravidão está presente na História brasileira desde o início da colonização portuguesa. Em 1575, já havia registros escritos que designavam de mocambos os refúgios de escravos que fugiam da violência de seus senhores ou que participavam de levantes coletivos urbanos ou rurais em busca de uma maneira alternativa de vida e de sobrevivência.

Segundo o historiador Flávio Gomes, “as palavras quilombos e mocambos para a maioria das línguas bantu da África Central e Centro-Ocidental significam acampamento. Nos séculos XVII e XVIII, kilombo era a denominação de um ritual de iniciação de uma sociedade militar dos povos imbangalas do nordeste de Angola (denominados também de jagas). Estes povos, falantes do kimbundu, realizaram uma expansão militar para o interior, alcançando os territórios de povos umbundu, e incorporaram os povos conquistados por meio de um ritual, denominado kilombo”. Portanto, a palavra quilombo tem diferentes conotações e possivelmente passou por várias transformações até assumir o significado atual.

De maneira geral, o termo quilombo, nas escolas, nos livros didáticos e no conhecimento popular, designou, por muitos anos, até a década de 80 do século XX pelo menos, um conjunto de cativos que fugiam da escravidão imposta pelos luso-brasileiros, formando uma vila de camponeses negros e mestiços. Mas essa idéia é apenas uma concepção historiográfica, ou seja, elaborada por historiadores, e, nos últimos vinte anos, tem sido muito questionada pelas novas pesquisas realizadas por historiadores, arqueólogos e antropólogos. Essas pesquisas têm indicado que os quilombos se constituíam em unidades produtoras dos mais diferentes artigos, tais como farinha de mandioca, mel, lenha, drogas do sertão e produtos oriundos da criação bovina.

Com toda essa variedade de produtos, os quilombolas, ao contrário do que se imaginou até a década de 80, não constituíam comunidades isoladas do resto do mundo, mas, sim, procuravam não estar distantes de vilas e estradas para que pudessem, assim, trocar mercadorias e negociar a produção excedente com comerciantes, lavradores e até mesmo escravos que ainda viviam nas senzalas, chamados de assenzalados.


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